Poema - recebido por email

. domingo, 24 de janeiro de 2010
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Requerimento a Fernanda Câncio (namorada do nosso PM!),

por Euleriano Ponati, poeta não titular

Ó Fernanda, dado

que já estou cansado

do ar teatral

a que ele equivale

em todo o horário

de cada canal,

no noticiário,

no telejornal,

ligando-se ao povo,

do qual ele se afasta,

gastando de novo

a fala já gasta

e a pôr agastado

quem muito se agasta

por ser enganado.

Ó Fernanda, dado

que é tempo de basta,

que já estou cansado

do excesso de carga,

do excesso de banda,

da banda que é larga,

da gente que é branda,

da frase que é ópio,

do estilo que é próprio

para a propaganda,

da falta de estudo,

do tudo que é zero,

dos logros a esmo

e do exagero

que o nega a si mesmo,

do acto que é baço,

do sério que é escasso,

mantendo a mentira,

mantendo a vaidade,

negando a verdade,

que sempre enjoou,

nas pedras que atira,

mas sem que refira

o caos que criou.

Ó Fernanda, dado

que já estou cansado,

que falta paciência,

por ter suportado

em exagerado

o que é aparência.

Ó Fernanda, dado

que já estou cansado,

ao fim e ao cabo,

das farsas que ele faz,

a querer que o diabo

me leve o que ele traz,

ele que é um amigo

de Sao Satanás,

entenda o que eu digo:

Eu já estou cansado!

Sem aviso prévio,

ó Fernanda, prive-o

de ser contestado!

Retire-o do Estado!

Torne-o bem privado!

Ó Fernanda, leve-o!

Traga-nos alívio!

Tenha-o só num pátio

para o seu convívio!

Ó Fernanda, trate-o!

Ó Fernanda, amanse-o!

Ó Fernanda, ate-o!

Ó Fernanda, canse-o!

Euleriano Ponati

(poeta não titular)

Nota: não sendo este o objectivo deste Bloco de Notas, de facto não consegui resistir a colocar on-line esta pérola da poesia que me chegou por e-mail.

A cicuta Alegre

. domingo, 17 de janeiro de 2010
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Há muito tempo que se percebe a curva descendente do governo e, consequentemente ou vice-versa, a da cúpula dirigente do Partido que o compõe. Os resultados eleitorais das Europeias e a perda da maioria absoluta nas legislativas são sinais claríssimos e irrefutáveis deste facto.

Podem mesmo encontrar-se, fazendo um mero exercício analítico e comparativo, as similitudes que, eventualmente de forma abusiva, designarei de “socráticas”. Bastará, para tal, comparar o actual posicionamento de Sócrates com boa parte da vida do filósofo ateniense com o mesmo nome, nomeadamente a fase final da mesma.

Tal como o filósofo grego, também Sócrates não deixará – no final dos seus governos – nenhuma obra digna desse nome que se lhe assaque pessoal e directamente. A sua verdadeira história será escrita, posteriormente, pelos seus sucessores que, espero, não almejem o epíteto de “discípulos”.

Estou mesmo em crer que, quer os seus apoiantes partidários, quer os que lhe são críticos no seio daquela estrutura, estão já a preparar a sua sucessão.

O primeiro verdadeiro sinal do epílogo que se aproxima é a preparação e apresentação da cicuta que a candidatura presidencial de Alegre representa.

Veremos se Sócrates, tal como o filósofo grego, se vai resignar a “beber o veneno”.

A única diferença entre as duas personagens é que na Grécia antiga Sócrates fê-lo por opção, demonstrando grande elevação, pois podia ter escapado a tal condenação. Pelo contrário, e hoje em dia, Sócrates não tem – a partir deste momento – qualquer escapatória.

Será da Gripe D?

. sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
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Não resisto a ir passando em revista os blogues cujos endereços, há muito, mantenho e actualizo nos “favoritos” do browser do computador.

Tais observação, na maior parte dos casos, e leitura do conteúdo, de alguns endereços noutras poucas situações têm vindo a ser prejudicadas pela cada vez menor disponibilidade de tempo… Sendo bem certo que “há males que vêm por bem” aplico, sem dificuldade, este dito a este caso.

É por isso que muitos destes blogues continuarão a ter a minha atenção, e outros tantos deixarão pura e simplesmente de merecer sequer um mero clique de rato.

Para além do tempo limitado, optarei pelo critério da clareza e transparência de interlocução na escolha dos conteúdos que continuarei a ver e/ou ler… quero com isto dizer que deixarei – pura e simplesmente - de consultar os que se servem do anonimato para servirem interesses, pessoais ou corporativos, desferir ataques pessoais sem rosto e, nalguns casos, para tentar passar uma imagem de algum pseudo-intelectualismo bacoco que, na maior parte das vezes, roça o ridículo.

Outros há, que continuarei a seguir com particular atenção. Destes alguns há que, apesar de ser encontrarem em planos opinativos diametralmente opostos, contêm textos que, directa ou indirectamente, continuarei a observar. Sobre alguns deles tecerei comentários, opinarei, contestarei ou sublinharei. Fá-lo-ei sempre neste espaço e com a assinatura a anteceder qualquer referência que lhes faça. Neles aprendo, vejo opiniões e críticas construtivas e, porque não dizê-lo colho informações que, de outra forma, dificilmente poderia obter.

É também por isso que não resisto a dizer que, ao contrário de outros, este não é um bloco de notas que tenha surgido como quebra do silêncio, como resposta a um anseio comunicativo ou como um espaço de resposta a eventual descontentamento com os media existentes…

E, já agora, que fique bem claro que este também não é um espaço que se encontre em estado febril.

Aliás, e quanto à febre que alguns defendem existir por aí, pergunto: será da Gripe D?

A bonomia da maioria face à candura da oposição

. terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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Depois de horas e horas de deserto literário, em que as páginas brancas deste bloco de notas se mesclaram com horas em branco passadas em contacto com o branco dos cristais de gelo que por aqui se precipitaram, eis que surge a vontade de preencher mais uma página deste espaço.
Tenho para mim que, não raras vezes, a vontade provém da necessidade de fazer algo, de construir, de ser parte da solução e não do problema... Essa vontade realizadora, como a designo, não se compadece com estados de alma que contrariem essas firmes intenções e, muito menos, com uma pobreza de espírito que vise inviabilizar os ímpetos que lhe estão no âmago.
Daí que, sempre e quando, a vontade realizadora se manifesta deve ser, em primeira análise e sob o meu ponto de vista, encarada como uma virtude que muitos perseguem mas que, cada vez mais, muitos menos almejam e, ainda menos, alcançam.
Depois de ter lido, há pouco, os últimos escritos da "gazeta", de alguns destacados membros da oposição local, cada vez mais me convenço que, de facto, a vontade realizadora não faz parte das suas necessidades construtivas. Aliás, questiono-me mesmo sobre se lavram por ali, neste âmbito, algumas necessidades, quanto mais aferir se aquelas serão, ou não, de índole construtiva.
Quando apenas se fazem reflexões sobre a bonomia da maioria para com a oposição, sem sequer esclarecer se se pretende com o termo designar a 'bondade' ou a 'pachorra' de uma para com a outra; sobre as eventuais evoluções de perfil do líder dessa maioria; quando se tenta reduzir a constituição de um grupo de trabalho a uma mera lógica de equilíbrio partidário, algo de muito errado está a acontecer com tal oposição.
Não admira que perante tal candura (simplicidade) tenha, a maioria, de ter uma acrescida bonomia (pachorra) para com a oposição.

A primeira concretização de 2010

. sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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Os desejos formulados, ano após ano, às zero horas do primeiro dia do dito, com a ingestão de passas de uva, ou sem ela, vão sendo concretizados à medida das possibilidades e oportunidades que surgem ou que criamos com essa finalidade.
Confesso que não sou adepto da formulação de desejo em função da ingestão das passas ao som das doze badaladas... não porque não goste do derivado da uva, não porque não me agradem tradições e não porque me considere completamente alheio ao sonho... simplesmente porque considero redutor o número de desejos e anseios limitados à dúzia!
Bem sei que, muitas e muitas vezes, nem mesmo os doze desejos formulados se concretizam... Por isso aceito com naturalidade quem possa questionar: para quê formular mais?
E porque não? (pergunto eu)

Não haverá mais objectivos pessoais e colectivos que não se confinem à sua realização à razão de um por mês ao longo do ano? Alargar o leque de desejos e anseios não permitirá maior abrangência de objectivos? E que dizer da restrição da ambição a uma dúzia de objectivos por ano?...

Não pretendo, nem formulei esse desejo, transformar este primeiro post num rol de operações multiplicativas que tenham por base a tradição das doze passas, baseada nas doze badaladas, para os doze meses...etc...

As referências atrás utilizadas revestem apenas importância porque, ao concretizar o objectivo - há muito pensado - de criar este espaço, o faço no primeiro dia do Novo Ano. Ora se tivesse seguido a lógica das passas de uva, e a uma delas correspondesse este meu blog, já só restariam onze...

Esta é apenas, e só, a minha primeira concretização de 2010...

Os objectivos do próprio blog serão traçados ao longo do tempo... para já resumem-se à frase de Henri Monnier: partilhar as minhas opiniões...

Bom Ano 2010 para todos os que tiverem a paciência de aqui vir!

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