A bonomia da maioria face à candura da oposição

. terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Depois de horas e horas de deserto literário, em que as páginas brancas deste bloco de notas se mesclaram com horas em branco passadas em contacto com o branco dos cristais de gelo que por aqui se precipitaram, eis que surge a vontade de preencher mais uma página deste espaço.
Tenho para mim que, não raras vezes, a vontade provém da necessidade de fazer algo, de construir, de ser parte da solução e não do problema... Essa vontade realizadora, como a designo, não se compadece com estados de alma que contrariem essas firmes intenções e, muito menos, com uma pobreza de espírito que vise inviabilizar os ímpetos que lhe estão no âmago.
Daí que, sempre e quando, a vontade realizadora se manifesta deve ser, em primeira análise e sob o meu ponto de vista, encarada como uma virtude que muitos perseguem mas que, cada vez mais, muitos menos almejam e, ainda menos, alcançam.
Depois de ter lido, há pouco, os últimos escritos da "gazeta", de alguns destacados membros da oposição local, cada vez mais me convenço que, de facto, a vontade realizadora não faz parte das suas necessidades construtivas. Aliás, questiono-me mesmo sobre se lavram por ali, neste âmbito, algumas necessidades, quanto mais aferir se aquelas serão, ou não, de índole construtiva.
Quando apenas se fazem reflexões sobre a bonomia da maioria para com a oposição, sem sequer esclarecer se se pretende com o termo designar a 'bondade' ou a 'pachorra' de uma para com a outra; sobre as eventuais evoluções de perfil do líder dessa maioria; quando se tenta reduzir a constituição de um grupo de trabalho a uma mera lógica de equilíbrio partidário, algo de muito errado está a acontecer com tal oposição.
Não admira que perante tal candura (simplicidade) tenha, a maioria, de ter uma acrescida bonomia (pachorra) para com a oposição.

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